(Ugetsu Monogatari)
Direção de Kenji Mizoguchi, 1953
Roteiro de Matsutaro Kawaguchi & Yushitesti Yoda
Foto (p & b) de Kazuo Miyakawa
Música de Fumio Hayasaka
Elenco: Masayuki Mori, Machiko Kyo, Kanuyo Tanaka, Sazae (Eitaro) Ozawa, Mitsuko Mito.
No Japão feudal do século 16, a guerra civil e suas conseqüentes barbáries obrigam dois modestos casais vizinhos a deixar suas casas e tentar novo caminho pelo mar. São eles um caprichoso oleiro (Masayuki Mori, o intérprete de "O Idiota"), um estouvado pretendente a samurai (Eitaro Ozawa) de armadura e espada compradas na feira e suas respectivas mulheres (a doce Kanuyo Tanaka e a mais ardente Mitsuko Mito). O mar, contudo, apresenta o perigo dos piratas e o grupo desiste de seu intento. Em breve o oleiro se acha vendendo suas belas peças de cerâmica para uma jovem nobre
(Machiko Kyo), seduzido por ela e, esquecendo-se da esposa e do pequeno filho, habitando seu solar,
onde com ela se casa e desfruta de incontáveis prazeres. A descoberta de que se deixou enfeitiçar por
um fantasma que, sendo do Mal, precisa ser exorcizado, faz despertar no homem seu arrependimento
e seu repúdio a tal situação, embrenhando-se na mata para tentar a volta a casa.
Kenji Mizoguchi, um dos mais respeitados nomes do Cinema japonês desde a era do silencioso, apóia
-se em duas ou três histórias sobrenaturais de um eminente especialista no gênero para este seu muito aplaudido trabalho. Ao mesmo tempo, coloca em vivas imagens a violenta realidade que é cenário do filme fora da "morada de sonhos" de cunho fantasmagórico, com a guerra civil propiciando saques, a dissolução de famílias e a prostituição de mulheres (de que é vítima, após ser rudemente violentada por rebeldes, a esposa do vizinho e amigo fanfarrão). Dois novos excelentes desempenhos, tanto de Masayuki Mori no protagonista como de Machiko Kyo no seu ambíguo papel mágico, consagram essa dupla proveniente do super clássico "Rashomon" (1950) de Akira Kurosawa, junto a um elenco harmonioso e soberbas fotografia (de Kaziro Miyagawa) e música (de Fumio Hayasaka), ambas de beleza tipicamente nipônica. Um filme certamente merecedor do prestígio que até hoje mantém.
A volta ao lar: Genjuro, com orações de Buda no corpo, aturdido com acusações de ser um fugitivo.

Lafa essa beleza saiu em dvd ? Eu vi há uns 5 anos atrás num cinema de arte homenageando filmes japoneses. Vi em película !!! Até pedi a meu pai (daqueles alemães padrão) para me comprar uma gravura com motivos do Japão. Mas Contos da Lua Vaga é lindão, poético e realista, mostra o inferno dos que sofrem os conflitos e o paraíso num amor de magia.
ResponderExcluirLafão eu não quero mais entrar em redes sociais no momento, mas virei aqui no seu blog qdo tiver algo a dizer. Acontece que não vi esses últimos filmes que viu, vários japoneses e não muito conhecidos. Atenção que a lista de leitura do seu blog está apresentando repetições (A Face do Outro e Aquele Caso Maldito). Abraxxx, hermano !
ResponderExcluirLafa, estou aqui no Marcus com o pessoal. Eu e ele entramos num acordo quanto a não prestigiar as redes antes mesmo do Orkut acabar. Dos seus filmes comentados só conheço esse, de fato uma beleza e muito bem analisado por você. O Günther faz uma observação interessante, há uma inversão de valores quanto a paraíso e inferno. O povo humilde é que tem suas casas saqueadas e sofre e é maltratado na guerra civil. O personagem principal é que é salvo desses horrores, mas se deixa encantar por uma feiticeira amorosa. Gostaria de ver mais filmes do Kobayashi, ele é um grande diretor também de atores, todos estão em grande forma.
ResponderExcluirLafa, desejo-lhe boa sorte nessa rede russa em que entrou, abração !