O inspetor-chefe (Pietro Germi) interroga a aflita jovem ex-criada (Claudia Cardinale) da vítima.
(Un Maledetto Imbroglio)
Direção de PIETRO GERMI
Roteiro de Pietro Germi e outros
Música de Carlo Rustichelli
Foto (p & b) de Leonida Barboni
Elenco: Pietro Germi, Claudia Cardinale, Claudio Gora, Franco Fabrizi, Eleonora Rossi Drago, Saro
Urzì, Nino Castelnuovo, Cristina Gajoni.
Confusão num distrito policial italiano. Um assalto à casa de homossexual idoso é seguido de outro, agravado pelo assassinato de senhora casada (Eleonora Rossi Drago), estando seu marido (Claudio Gora) ausente. Inúmeras pistas e vários suspeitos - o noivo (Nino Castelnuovo) da criadinha da casa, (Claudia Cardinale), o próprio marido da madame, seu discutível "primo" malandrão (Franco Fabrizi), et al. - perturbam o íntegro inspetor-chefe (Pietro Germi) e seus auxiliares, com uma única
e inevitável solução.
Tiro certeiro do cineasta Pietro Germi no gênero "detective story" consagrado pelos americanos, mas
aqui ganhando um sabor peninsular. Germi, entretanto, com o sucesso de "Divórcio à Italiana"(1962)
se dedicaria a comédias satíricas de costumes ("Seduzida e Abandonada", "Alfredo, Alfredo"), todas a meu ver inferiores a este filme impecável. É a Itália na transição do néo-realismo para a trama burguesa moderna o que ao filme interessa mostrar. Com esplêndida música de Carlo Rustichelli (inserindo uma linda canção sua,"Sinnò me Moro", como tema cantado da personagem de Claudia Cardinale, além de um belo comentário dramático), sensível preto-e-branco de Leonida Barboni e Germi dominando sua técnica à perfeição, alinha-se um elenco harmonioso. Nele se salientam o ótimo Claudio Gora, uma Eleonora Rossi Drago pela primeira vez caracterizada de mulher mais velha, Franco Fabrizi, sempre à vontade em tipos cínicos e amorais, e um divertido Saro Urzì no veterano ajudante do inspetor. Muito bom e simpático nesse papel, Germi logo a seguir representaria um equivalente em "O Batom", curiosa estréia de Damiano Damiani como diretor. Final emocionante, com Cardinale correndo atrás do carro de polícia, envolvida em poeira e sendo deixada aos poucos pela câmera e pela dolência de "Sinnò me Moro".
Crítica no nível do grande Lafão (embora as "critiquinhas" estejam boas e fáceis de ler). Como nossos chapas Günther, Anthero e alguns outros, me posicionei CONTRA as redes sociais depois do término do Orkut. Mas estarei também aqui de vez em quando dando uma força. Dos filmes analisados, só conheço "A Aldeia dos Amaldiçoados" (espetacular essa primeira versão), mas acredito no que diz da importância desse "Aquele Caso Malldito" e também de "O Salário do Medo". Um feliz retorno, Lafão !
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