quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CRITIQUINHAS... (2)


O SALÁRIO DO MEDO (Le Salaire de la Peur), Henri Georges Clouzot, 1953. Quem pensa que o único suspense do cineasta francês Henri Georges Clouzot é o memorável "As Diabólicas" se engana. Dois anos antes ele surpreendia com o noir diferenciado deste thriller empolgante. Em paisagem primitiva da América do Sul, paraíso de foras-da-lei e contraventores de diversas espécies, quatro homens são designados por ordens americanas do transporte de nitroglicerina a outra região
de atividade petrolífera. São eles dois franceses (Yves Montand e o mais idoso Charles Vanel), um italiano gordo de bons músculos (Folco Lulli) e um alemão meio antipático (como sabe ser Peter van Eyck), viajando em dois caminhões. A arriscadíssima missão apresenta dificuldades e obstáculos vários, que os homens enfrentam por uma polpuda soma em dinheiro, com trágicas conseqüências.
Não promete muito o início, retratando os atrasados costumes do local exótico (músicas, danças e outros aspectos selvagens) ou o apego romântico-sensual de uma empregada branca (Vera Clouzot, mulher do diretor) por Montand. Mas o filme logo se levanta com o início da tarefa dos quatro e daí para frente é só adrenalina e suor na testa, com brilhante condução de Clouzot e excelentes desempenhos de Vanel, Lulli e do herói Montand. Vera Clouzot, ainda imatura (iria revelar-se em "As Diabólicas"), detém um papel fraco, embora esteja visualmente mais agradável. O filme é considerado com justiça um clássico do cinema francês e, muitos anos depois, Hollywood providenciou-lhe um remake dirigido por William Friedkin, provavelmente bem inferior.

3 comentários:

  1. Bacana o texto, mas o filme não conheço. Gozado a refilmagem também tem um começo meio “cadenciado”, ficando o melhor para a travessia dos caras na mata e tal.

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  2. Xerox muito bem tirada ! Haha, valeu, Alex P. (Alex P. ??? Era esse mesmo o nome postado antes aqui ???). Abraço.

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  3. Concordo, começa meio lento, embora seja justificado esse tempo para conhecermos bem aquele universo, depois o filme só cresce.

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