Richard Widmark & Jean Peters : uma bolsa roubada e um amor que nasce entre tapas e beijos
Direção e roteiro de Samuel Fuller, 1953
Foto de Joe MacDonald
Música de Leigh Harline
Elenco: Richard Widmark, Jean Peters, Thelma Ritter, Richard Kiley, Murvyn Vye, Willis Bouchey.
Energético noir realizado por Samuel Fuller na era da Guerra Fria e do macarthismo, onde naturalmente os comunistas são
os vilões. Em pleno metrô nova-iorquino, batedor de carteiras (Richard Widmark) rouba por engano de uma bela jovem (Jean Peters) um microfilme contendo segredos do estado americano que muito interessam aos "vermelhos". Daí começam os apuros da moça, forçada a um contato com o ladrão pelo ex-amante (Richard Kiley) pelas pressões comunistas e tudo e todos sendo observados por policiais que conhecem bem Widmark, recém-saído da prisão. Um inesperado e tenso romance entre Widmark e Peters dá novos e eletrizantes rumos à obtenção do microfilme roubado.
Modelo exemplar do ótimo cinema de Fuller, "Anjo do Mal" agrupa elementos de violência, sedução, desconfianças e riscos em alto nível com produção bem cuidada da Fox (elenco, foto em preto-e-branco, música) que permite extravasar o talento dos envolvidos. Uma personagem extremamente humana - Moe (Thelma Ritter), informante pobre e com a idade já avançada - dá um tom patético à inquieta narrativa, valorizada pela atriz. A bonita Jean Peters, sexy como em poucas vezes, desfruta bem de uma de suas melhores oportunidades na tela, ainda que tenha apanhado muito de seus parceiros, sobretudo de Richard Kiley em passagem memorável.
Filmaço ! Muito bom saber, Lafite, que foi incluído no box Filme Noir, porque não saiu em DVD (conheço da televisão). É o tipo do filme que não se faz mais. Gosto muito da Jean Peters bela e sensual, ela infelizmente parece que largou o cinema cedo.
ResponderExcluirBem destacado Anjo do Mal, mais bem estruturado que Fuga do Passado e mais convincente que A Morte num Beijo (citando os melhores). Widmark é um expoente do gênero noir, vejam também Sombras do Mal e O Beijo da Morte. Direção seguríssima de Samuel Fuller, sem os artifícios dos dois outros filmes. Muito bom !
ResponderExcluirComprei o box, mas gostei tambem mais desse. Tem um "tempero de violência" e uma sensualidade que empolgam mais que os outros, com ótimas atuações no geral.
ResponderExcluirCompetentíssimo noir de Samuel Fuller como sempre mostrando impressionante domínio cinematográfico num filme de poucos recursos. Logo de início, com uma cena de roubo num trem lotado, temos a prova do quanto Fuller foi subestimado em sua carreira, apresentando técnicas invejáveis de edição e efeitos dramáticos cênicos. O filme consegue a façanha de divertir e até chocar em certas cenas tensas muito bem construídas, além dos personagens nunca poderem ser rotulados puramente como vilões ou mocinhos. O pano de fundo do comunismo é utilizado por mocinhos como pretextos para atos duvidosos, enquanto bandidos mostram ter próprios códigos de ética, numa trama onde todos são iguais por quererem se dar bem em cima dos outros.
ResponderExcluirGrande filme Noir feito em menos de um mês, retratando com exímia perícia a marginalidade interesseira e seus tipos sórdidos do submundo. Fuller mostra aqui porque é considerado um dos grandes diretores do mundo. A direção é tensa, crispada com momentos brutais e até mesmo de crueldade. Todos os atores foram bem dirigidos. Uma pequena joia rara de Samuel Fuller, infelizmente pouco conhecido.
ResponderExcluirValeu aí, gente !!! =)
ResponderExcluirLafa, esse seu post já está ficando velhinho e não falo só por mim. Está desestimulado com o blog ? Está sendo para a maioria a única forma de comunicação com você. Resuma os filmes que está vendo, é uma. Li que o dono do blog perde o direito a ele se não o atualizar ao menos de 6 em 6 meses... Não gostaríamos que o perdesse. Anthero Luiz.
ResponderExcluirOK, valeu o toque. Um dos males do blog é não poder permitir que vcs também postem alguma coisa (fora os comentários ao que eu escrevo). E também passei por experiências confusas, o final do Orkut me fez entrar numa rede social européia, tive e estou tendo de me adaptar, houve a separação de amigos, cada um escolheu onde ia permanecer, enfim, uma certa confusão que me afetou. Peço desculpas a todos pelo esmorecimento, mas faço o que posso, tenho meus limites de interesse e entusiasmo. Muitas vezes fico desanimado.
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