Direção de Jacques Tourneur, 1957
Roteiro de Charles Bennett & Hal E. Chester
Foto (p & b) de Edward (Ted) Scaife
Elenco: Dana Andrews, Niall Mac Ginnis, Peggy Cummins, Athene Seyler, Maurice Denham, Liam Redmond, Brian Wilde.
O grande expoente "B" dos filmes de terror. Psicólogo americano cético (Dana Andrews) chega à Inglaterra para desmistificar em conferência um culto ao diabo que vem tomando vulto na mídia por misteriosas mortes. Embarcando com uma jovem (Peggy Cummins), vem a saber que ela ali se encontra
em virtude de trágico acidente que matou seu tio (Reginald Denham) e que tudo se liga a um provável
bruxo de meia-idade (Niall Mac Ginnis), enriquecido com suas devoções. Encontrando casualmente o
homem numa biblioteca pública, este o convida para que visite sua casa, onde testemunha uma inesperada
tempestade como prova dos poderes sobrenaturais do anfitrião. Advertido de que irá morrer no prazo de três dias caso não interrompa suas investigações, tudo leva a crer que o psicólogo corre risco de vida desde que o estranho sujeito lhe entregou um pergaminho diabólico.
Discípulo (no início da carreira) do criativo produtor Val Lewton, que inaugurou em filmes baratos o horror
implícito (feito de sugestões e climas), Tourneur se propôs neste filme a homenagear o mestre. Mas foi sabotado pelos produtores, que exigiram um descomunal dragão - representando o demônio - nas cenas de maior suspense. Tal fato desgostou o diretor, pondo por terra o tributo a Lewton, mas o mais curioso é que o filme ganhou uma força inusitada com o artifício, assumindo proporções de terror ainda mais assustador. Juntem-se ao fato a mestria com que é conduzido, com uma admirável atuação sinistra do obscuro Niall Mac Ginnis e diversos momentos de brilho (a discutível "sessão espírita" a que Andrews & Cummins comparecem, a citada tempestade em meio a um inocente Halloween para crianças, a transformação do gato numa fera, a hipnose a que se submete em público um paciente traumatizado, além do final com a troca nervosa do pergaminho no trem). Ótima, a foto de Ted Scaife usando com perícia o claro-escuro, e um maduro Dana Andrews em segura interpretação. O desempenho de Athene Seyler na mãe protegendo o filho satânico e freqüentadora das "séances" é divertida e prazerosa. Altamente recomendável aos fãs.
Ótimo texto. Grande filme de baixo orçamento do Tourneur, com ingredientes fantásticos e assombrosos se misturando a realidade.
ResponderExcluirUAUUUUHHHH !!! Esse deve ser do capeta !!!! Vou comprar o pacote.
ResponderExcluirO filme é dos melhores, mas o posterzinho em gif ficou caricato, meio ridículo...
ResponderExcluirHá outras cenas impressionantes, como as pegadas do bichão que assustam o cético Dana Andrews no caminho do bosque.
UUUIII, QUE MÊDA !!!
ResponderExcluirSou LOUCO, foi um dos meus primeiros filmes gravados da televisão. Discussão fantasiosa mas absorvente sobre a incredulidade posta na parede por fenômenos do mal. Li que o ator Dana Andrews era alcoólatra, mas toma vários drinques durante o filme... parece ter ajudado seu desempenho, mas o show de bola é o satanista. Para se ver várias vezes e sempre com um pouquinho de medo... Filmaço.
ResponderExcluirA primeira vez que vi este filme foi ao acaso na tv, sem informações prévias e ele acabou me marcando demais, pois foi uma grande surpresa, me espantei por ele não ser muito conhecido.
ResponderExcluirO poster dá uma impressão errada...apesar de ter uma "participação" deste monstrengo, o filme é um terror psicológico..e dos bons...a grande sacada deste filme está no fato de tratar o tema sobrenatural de forma muito inteligente, sem apelar para efeitos fantásticos ou sustos gratuitos, aqui, tudo funciona na base da sugestão e do interessante dilema "ceticismo X crença no oculto"....um filme que acompanhamos com real interesse, com um bom suspense e clima bem construído que funciona bem até hoje em um bom e amarrado roteiro.., mais um excelente trabalho de Jacques Tourneur.
Meus amigos Marcus Lenz e Ricardo Martins também tiveram suas restrições ao poster em gif, mas felizmente gostam bem do filme. Marcus acentua uma passagem muito boa que me esqueci de citar, a das pegadas fumegantes do demônio no bosque, que fazem o cético psicólogo correr. Ricardo chama a atenção de que vemos um filme mais de terror psicológico do que sobrenatural. Dois bons itens para uma discussão.sobre a complexidade de "A Noite do Demônio". Valeu.
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