sábado, 19 de julho de 2014

A MULHER DO PADEIRO

(La Femme du Bolanger)
Argumento, roteiro e direção de Marcel Pagnol, 1938

Elenco: Raimu, Ginette Leclerc, Fernand Charpin, Charles Moulin, Robert Vattier, Maximilienne, Robert Bassic.

Comédia francesa com um debrum dramático, que se constituiu num dos maiores sucessos de seu realizador Marcel Pagnol e de seu protagonista Raimu ("o maior ator do mundo" na concepção de Orson Welles). Numa aldeia provençal, a chegada do novo padeiro (Raimu), substituindo o anterior que se suicidara, faz-se acompanhar de sua formosa esposa (Ginette Leclerc, em papel pensado para a estrela americana Joan Crawford) e alvoroça a população modesta e faminta. Em breve tempo, porém, a mulher sucumbe à tentação de fugir com um jovem e atraente pastor das redondezas (Charles Moulin), deixando o marido incrédulo e desesperado. Em meio ao escândalo, os aldeões acabam se penalizando com a má sorte do padeiro que, decidido a não prosseguir em seu ofício e entregando-se à bebida, também os prejudica seriamente. Um plano inesperado, posto em prática pelo velho marquês local (Fernand Charpin), improvisa, contudo, os habitantes - um contingente de bêbados - a uma busca sem limites, de modo a trazerem de volta a infiel a seu honesto, feio e apaixonado companheiro. O filme é uma bem-humorada crônica dos costumes provincianos que estabeleceu Raimu no patamar dos artistas franceses (a exemplo de seu homérico pifão tomado com os que com ele se solidarizam). Infelizmente, na vida real, ele foi vítima de um infortúnio pior e mais grave, capturado pelos oficiais nazistas na ocupação da França. Além de sua excelente interpretação, com uma gama de recursos expressivos, há ótimos tipos entre os coadjuvantes, só se tornando alguns algo aborrecidos - como o marquês e o jovem e empedernido pároco (Robert Vattier) - por seus profusos diálogos.

A edição em DVD da Cult Classic deixa a desejar, merecendo urgente restauração, mas é válido que se conheça o filme.

Um comentário:

  1. Achei o filme maravilhoso, mas a cópia que lançaram realmente muito fraca, quem dera tivesse a qualidade da imagem postada. O filme também termina bonito, com o perdão à mulher e a volta da gata que no cio deixara seu gato companheiro sozinho e que ainda vem para beber seu leite. Raimu, o padeiro parece ter sido mesmo um grande ator e não consigo imaginar Joan Crawford no papel da esposa.

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