domingo, 17 de agosto de 2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
"A NOITE DO DEMÔNIO"
(Curse of the Demon - aka Night of the Demon)
Direção de Jacques Tourneur, 1957
Roteiro de Charles Bennett & Hal E. Chester
Foto (p & b) de Edward (Ted) Scaife
Elenco: Dana Andrews, Niall Mac Ginnis, Peggy Cummins, Athene Seyler, Maurice Denham, Liam Redmond, Brian Wilde.
O grande expoente "B" dos filmes de terror. Psicólogo americano cético (Dana Andrews) chega à Inglaterra para desmistificar em conferência um culto ao diabo que vem tomando vulto na mídia por misteriosas mortes. Embarcando com uma jovem (Peggy Cummins), vem a saber que ela ali se encontra
em virtude de trágico acidente que matou seu tio (Reginald Denham) e que tudo se liga a um provável
bruxo de meia-idade (Niall Mac Ginnis), enriquecido com suas devoções. Encontrando casualmente o
homem numa biblioteca pública, este o convida para que visite sua casa, onde testemunha uma inesperada
tempestade como prova dos poderes sobrenaturais do anfitrião. Advertido de que irá morrer no prazo de três dias caso não interrompa suas investigações, tudo leva a crer que o psicólogo corre risco de vida desde que o estranho sujeito lhe entregou um pergaminho diabólico.
Discípulo (no início da carreira) do criativo produtor Val Lewton, que inaugurou em filmes baratos o horror
implícito (feito de sugestões e climas), Tourneur se propôs neste filme a homenagear o mestre. Mas foi sabotado pelos produtores, que exigiram um descomunal dragão - representando o demônio - nas cenas de maior suspense. Tal fato desgostou o diretor, pondo por terra o tributo a Lewton, mas o mais curioso é que o filme ganhou uma força inusitada com o artifício, assumindo proporções de terror ainda mais assustador. Juntem-se ao fato a mestria com que é conduzido, com uma admirável atuação sinistra do obscuro Niall Mac Ginnis e diversos momentos de brilho (a discutível "sessão espírita" a que Andrews & Cummins comparecem, a citada tempestade em meio a um inocente Halloween para crianças, a transformação do gato numa fera, a hipnose a que se submete em público um paciente traumatizado, além do final com a troca nervosa do pergaminho no trem). Ótima, a foto de Ted Scaife usando com perícia o claro-escuro, e um maduro Dana Andrews em segura interpretação. O desempenho de Athene Seyler na mãe protegendo o filho satânico e freqüentadora das "séances" é divertida e prazerosa. Altamente recomendável aos fãs.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
VERSÁTIL LANÇA AUSPICIOSAMENTE "OBRAS-PRIMAS DO TERROR"
numa produção do especialista Val Lewton, "O Túmulo Vazio" (1945), dirigido por um Robert Wise nos seus primeiros passos, e o pioneiro dos filmes de terror em episódios, "Na Solidão da Noite" (1945), com diretores diversos e que traz Michael Redgrave no segmento do ventríloquo e seu boneco, direção do brasileiro Alberto Cavalcanti. Finalmente, o terceiro tem o destaque absoluto de "A Noite do Demônio" (1957),com Dana Andrews, em que Jacques Tourneur procurou homenagear Val Lewton, que o lançou, e o original "A Aldeia dos Amaldiçoados" (1960), história insólita dirigida por Wolf Rilla e com George Sanders e Barbara Shelley. Coleção imperdível para os fãs, acentuando-se que nenhum dos títulos foi lançado antes em DVD.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
"A MORTE ESPERA NO 322"
Kim Novak - um "new look" para as loiras
Direção de Richard Quine, 1954
Roteiro de Roy Huggins
Foto (p & b) de Lester H. White
Música de Arthur Morton
Elenco: Fred Mac Murray, Kim Novak, Phil Carey, E G. Marshall, Dorothy Malone, Allen Nourse.
UM VACILO E TUDO PERDIDO
Surpreendente noir de Richard Quine, já se afirmando como diretor e lançando
oficialmente sua estrela Kim Novak, deusa loira de cabelo curtinho e sem
qualquer pretensão de ser "uma nova Marilyn" como tantas outras (bem
pouco felizes). Kim é uma femme fatale meio que por acaso, garota de um
assaltante de banco procurado pela polícia. Só que o tira Fred MacMurray, um
dos policiais que farejam seu apartamento, se deixa envolver por seus encantos,
matando o cara e aceitando a idéia de ficar com ela mais o dinheiro roubado. E
como ficam os policiais seus companheiros? Hummm, a dupla vai ter que despistar
muito e viver de evasivas seu romance secreto.... Um bom filme esquecido do
subestimado Quine, depois se especializando mais em comédias interessantes como
"Sortilégio de Amor", também com Kim. Assusta um pouco quando parece
virar "Janela Indiscreta" (binóculo para espionar o apê da loira e o
de sua vizinha Dorothy Malone), mas os filmes são do mesmo ano e isso pode ser
uma coincidência. Boa foto p & b do desconhecido (ao menos pra mim) Lester
H. White e preciso roteiro de Roy Huggins. O também novakiano Morris Stoloff
("Férias de Amor"/ Picnic; "Lágrimas de Triunfo" / Jeanne Eagels) rege a boa música
oficialmente sua estrela Kim Novak, deusa loira de cabelo curtinho e sem
qualquer pretensão de ser "uma nova Marilyn" como tantas outras (bem
pouco felizes). Kim é uma femme fatale meio que por acaso, garota de um
assaltante de banco procurado pela polícia. Só que o tira Fred MacMurray, um
dos policiais que farejam seu apartamento, se deixa envolver por seus encantos,
matando o cara e aceitando a idéia de ficar com ela mais o dinheiro roubado. E
como ficam os policiais seus companheiros? Hummm, a dupla vai ter que despistar
muito e viver de evasivas seu romance secreto.... Um bom filme esquecido do
subestimado Quine, depois se especializando mais em comédias interessantes como
"Sortilégio de Amor", também com Kim. Assusta um pouco quando parece
virar "Janela Indiscreta" (binóculo para espionar o apê da loira e o
de sua vizinha Dorothy Malone), mas os filmes são do mesmo ano e isso pode ser
uma coincidência. Boa foto p & b do desconhecido (ao menos pra mim) Lester
H. White e preciso roteiro de Roy Huggins. O também novakiano Morris Stoloff
("Férias de Amor"/ Picnic; "Lágrimas de Triunfo" / Jeanne Eagels) rege a boa música
composta por Arthur Morton.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
FAROESTES ANTIGOS RENASCEM EM DVD (2)
"AO DESPERTAR DA PAIXÃO"
(Jubal)
Direção de Delmer Daves, 1956
Roteiro de Russell S. Hughes & Delmer Daves
Elenco: Glenn Ford, Ernest Borgnine, Rod Steiger, Valerie French, Charles Bronson, Felicia Farr,
Basil Ruysdael, Noah Beery, Jr.
O Bardo no Oeste. Curiosamente, este western dirigido por Delmer Daves e com Glenn Ford (formando
uma boa dupla na ocasião) toma emprestado do "Othello" de William Shakespeare um dos aspectos mais relevantes de seu argumento. Rancheiro bonachão e de toscas maneiras (Ernest Borgnine) salva de uma queda perigosa um estranho (Glenn Ford), a quem acolhe em casa e em pouco tempo designa para o cargo de seu capataz. O fato repercute entre seus empregados, sobretudo num invejoso e mau-caráter (Rod Steiger), que costuma assediar a mulher ardente do patrão (Valerie French). Sem mais chances com esta,
que se interessa pelo forasteiro, arquiteta uma vingança, fazendo com que Borgnine suspeite do íntegro novo amigo, pensando em matá-lo pela deslealdade. Outras circunstâncias visadas pelo "Iago" da história envolvem pacificamente Jubal/ Ford com um grupo de religiosos acampado nas redondezas, de que faz parte uma garota (Felicia Farr, depois esposa de Jack Lemmon na vida real) por quem Jubal se deixa cativar. Faroeste erótico e com certa violência, bem amparado pelo trio principal de atores. Charles Bronson num papel amigável em quase início de carreira e estréias das duas moças, a sexy Valerie French
e a doce Miss Farr. Ainda como item de informação, o filme reúne os dois intérpretes das versões de "Marty", Borgnine (no Cinema, com Oscar de ator em 1955) e Steiger (na TV).
(Jubal)
Roteiro de Russell S. Hughes & Delmer Daves
Elenco: Glenn Ford, Ernest Borgnine, Rod Steiger, Valerie French, Charles Bronson, Felicia Farr,
Basil Ruysdael, Noah Beery, Jr.
O Bardo no Oeste. Curiosamente, este western dirigido por Delmer Daves e com Glenn Ford (formando
uma boa dupla na ocasião) toma emprestado do "Othello" de William Shakespeare um dos aspectos mais relevantes de seu argumento. Rancheiro bonachão e de toscas maneiras (Ernest Borgnine) salva de uma queda perigosa um estranho (Glenn Ford), a quem acolhe em casa e em pouco tempo designa para o cargo de seu capataz. O fato repercute entre seus empregados, sobretudo num invejoso e mau-caráter (Rod Steiger), que costuma assediar a mulher ardente do patrão (Valerie French). Sem mais chances com esta,
que se interessa pelo forasteiro, arquiteta uma vingança, fazendo com que Borgnine suspeite do íntegro novo amigo, pensando em matá-lo pela deslealdade. Outras circunstâncias visadas pelo "Iago" da história envolvem pacificamente Jubal/ Ford com um grupo de religiosos acampado nas redondezas, de que faz parte uma garota (Felicia Farr, depois esposa de Jack Lemmon na vida real) por quem Jubal se deixa cativar. Faroeste erótico e com certa violência, bem amparado pelo trio principal de atores. Charles Bronson num papel amigável em quase início de carreira e estréias das duas moças, a sexy Valerie French
e a doce Miss Farr. Ainda como item de informação, o filme reúne os dois intérpretes das versões de "Marty", Borgnine (no Cinema, com Oscar de ator em 1955) e Steiger (na TV).
FAROESTES ANTIGOS RENASCEM EM DVD (1)
"A LEI DO BRAVO"
(White Feather)
Direção de Robert (D.) Webb, 1955
Roteiro de Delmer Daves & Leo Townsend
Foto (C'Scope, cores) de Lucien Ballard
Elenco: Robert Wagner, Jeffrey Hunter, Debra Paget, John Lund, Eduard Franz, Hugh O'Brian, Virginia Leith, Emile Meyer.
Correto western pró-índio, com roteiro do simpatizante Delmer Daves ("Flechas de Fogo", de 1950).. Em
fins do século 18, os Estados Unidos preparam um armistício entre índios e brancos, que fará conduzir as diversas tribos peles-vermelhas (sioux, blackfoot, comanches, etc.) em direção ao sul do país, encontrando resistência por parte dos cheyennes. Um de seus jovens guerreiros (Jeffrey Hunter, que marca mais o papel) trava, contudo, inesperada amizade com um branco de idéias liberais (Robert Wagner), por sua vez
enamorado da bela indiazinha (Debra Paget) irmã daquele. Prestes a ser efetuada a partida, o chefe cheyenne (Eduard Franz), que assinara o tratado, se indispõe com seu rebelde casal de filhos, escolhendo Hunter a luta contra as tropas americanas. Um dos mais interessantes trabalhos do apagado Robert D. Webb, "A Lei do Bravo" vai-se costurando com diversos incidentes de relações tensas, até o suspense
final, incluindo-se a sensível despedida do branco para seu amigo. Elenco da "ala jovem" da Fox na época (Wagner, Hunter, Paget, Virginia Leith) em geral não compromete. John Lund, no coronel, inexpressivo como sempre. Boa foto de Lucien Ballard, explorando bem o CinemaScope e as cores.
(White Feather)
Direção de Robert (D.) Webb, 1955
Roteiro de Delmer Daves & Leo Townsend
Foto (C'Scope, cores) de Lucien Ballard
Elenco: Robert Wagner, Jeffrey Hunter, Debra Paget, John Lund, Eduard Franz, Hugh O'Brian, Virginia Leith, Emile Meyer.
Correto western pró-índio, com roteiro do simpatizante Delmer Daves ("Flechas de Fogo", de 1950).. Em
fins do século 18, os Estados Unidos preparam um armistício entre índios e brancos, que fará conduzir as diversas tribos peles-vermelhas (sioux, blackfoot, comanches, etc.) em direção ao sul do país, encontrando resistência por parte dos cheyennes. Um de seus jovens guerreiros (Jeffrey Hunter, que marca mais o papel) trava, contudo, inesperada amizade com um branco de idéias liberais (Robert Wagner), por sua vez
enamorado da bela indiazinha (Debra Paget) irmã daquele. Prestes a ser efetuada a partida, o chefe cheyenne (Eduard Franz), que assinara o tratado, se indispõe com seu rebelde casal de filhos, escolhendo Hunter a luta contra as tropas americanas. Um dos mais interessantes trabalhos do apagado Robert D. Webb, "A Lei do Bravo" vai-se costurando com diversos incidentes de relações tensas, até o suspense
final, incluindo-se a sensível despedida do branco para seu amigo. Elenco da "ala jovem" da Fox na época (Wagner, Hunter, Paget, Virginia Leith) em geral não compromete. John Lund, no coronel, inexpressivo como sempre. Boa foto de Lucien Ballard, explorando bem o CinemaScope e as cores.
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